Na terça-feira, 23 de abril, Paraguaçu Paulista sediou o segundo Simpósio TEA (Transtorno do Espectro Autista), com o tema “Um olhar para o Espectro”. O evento fez parte das ações do mês de conscientização sobre o autismo e reuniu especialistas que atuam diretamente com pessoas autistas, além de familiares, educadores e interessados no tema.
A abertura foi feita pelo Diretor de Saúde, Egydio Tonini Nogueira Neto, que destacou um ponto muitas vezes esquecido: "Os autistas crescem, e precisamos garantir que eles tenham o apoio necessário para serem o mais independentes e preparados possível."
Em um dos momentos mais marcantes, a jovem Maria Tereza, que faz parte do espectro autista, emocionou o público com uma poesia dedicada às mães atípicas — aquelas que lutam todos os dias por um mundo mais compreensivo para seus filhos.
A fonoaudióloga Priscila Reis, coordenadora da Clínica TEA, falou sobre estratégias de comunicação para crianças que não falam. Ela explicou que muitos autistas têm dificuldades na fala funcional, mas que existem maneiras alternativas para se expressarem. Uma delas é o uso de placas com figuras que representam objetos e ações do dia a dia. A criança aprende a apontar para a imagem que representa o que deseja dizer — uma forma eficiente e acessível de comunicação.
A psicóloga Mariana Móvio destacou a importância da parceria entre família e escola. Ela reforçou que crianças com TEA aprendem de forma diferente, e que o uso de rotinas, repetições e materiais visuais com imagens faz toda a diferença. "É essencial entender que o ritmo de aprendizado não é o mesmo de outras crianças, e respeitar isso é o primeiro passo", afirmou.
No intervalo, o público pôde visitar stands interativos, como a mesa sensorial, repleta de objetos como zíperes, torneiras e chaves, que ajudam no desenvolvimento motor e na familiarização com atividades do cotidiano. Havia também um ambiente que simulava, por meio de sons, como uma pessoa com TEA percebe a fala em situações diferentes — uma experiência impactante que mostrou a importância de falar de forma calma e pausada.
O fisioterapeuta Alexandre José de Andrade Aguiar explicou que o cérebro das crianças está em constante desenvolvimento, e que nos primeiros anos de vida ele é mais receptivo a novos aprendizados. Por isso, quanto mais cedo forem oferecidos estímulos adequados, maiores são as chances de avanço nas habilidades motoras, cognitivas e emocionais. Ele reforçou a importância de começar o acompanhamento terapêutico o quanto antes, respeitando o ritmo de cada criança.
Em seguida, o psicomotricista Marcelo Vergílio falou sobre a intervenção aquática, uma terapia feita dentro da piscina. Ele explicou que a água oferece estímulos ao corpo de forma suave, ajudando a melhorar a coordenação motora, o equilíbrio e o controle do corpo. A atividade também ajuda a criança a lidar melhor com os sentidos — como o tato e a audição — e incentiva a comunicação, seja falando ou se expressando de outras formas. Além de todos esses benefícios, a água torna tudo mais divertido, o que aumenta o interesse e o envolvimento da criança.
Fechando o simpósio, a coordenadora da Clínica TEA apresentou a futura novidade: a equoterapia, uma terapia com cavalos que será oferecida assim que a pista estiver pronta. Ela explicou que o cavalo ajuda no equilíbrio, na postura, na força muscular e também no controle emocional. O cheiro, o calor e o movimento do cavalo são estímulos importantes para a criança, e o contato com o animal e com os profissionais favorece a socialização e o desenvolvimento da confiança.
O simpósio foi um importante espaço para trocar experiências, promover empatia e levar mais conhecimento à população, especialmente durante o mês de conscientização do autismo. Iniciativas como essa mostram que, com informação, respeito e inclusão, é possível construir uma sociedade mais acolhedora para todos — inclusive para quem vê e sente o mundo de um jeito diferente.
O simpósio foi um importante espaço para trocar experiências, promover empatia e levar mais conhecimento à população, especialmente durante o mês de conscientização do autismo. Iniciativas como essa mostram que, com informação, respeito e inclusão, é possível construir uma sociedade mais acolhedora para todos — inclusive para quem vê e sente o mundo de um jeito diferente.